Alterar o percurso da procissão nocturna da Senhora do Pranto era uma daquelas que não lembrava a ninguém.
Alterar esse percurso para o interior da urbanização, então parece todo descabido, desprovido de fundamentação ou de qualquer justificação que venha a ser posta a circular, abrindo as portas a que os habitantes de outras ruas da Vila de Pereira venham a exigir que daqui a dois anos se trace novo percurso e passe por locais por onde nunca passou.
Quebra-se, a acontecer, uma tradição de mais de quatro décadas, sem ouvir as correntes mais conservadoras, numa postura autista.
Claro que os habitantes da Urbanização não têm culpa de tal situação, apenas devem estar a esfregar as mãos de contentes com tal novel percurso.
No facebook dos moradores da Urbanização (um sinal de organização e de exemplo para os demais moradores de Pereira) já se encontram comentários deste tipo: “merecíamos” e “nem que fosse só uma rua”.
Mais uma vez será Maomé a ir à montanha, porque depois da feira antiga e do sucesso que foi, estava-se à espera da retribuição, aquando do festival de folclore.
Percebemos que estes moradores são Pereirenses, tal como todos os outros que habitam esta Vila, independentemente do lugar onde vivem.
Então, se seguirmos o raciocínio que esteve na base dessa tomada de posição, que apenas logo à noite pode ser confirmada, porque não vai então a Procissão também à outra urbanização?
Será que para o ano que vem a Procissão dos Passos deixa de ter paragem na Rua do Cristo e vai parar em frente à estátua do Coimbra e vamos ouvir a Verónica a cantar em frente ao Urbanidades?
Quo Vadis Pereira?
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