segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Associação de moradores

Das palavras aos actos foi tudo uma questão de tempo, não muito, porque ainda há pessoas pragmáticas.

A Associação de Moradores da Quinta de S. Luíz está aí e parece já ter elaborado um "pesado caderno reivindicativo" sobre as deficiências deste arrojado projecto urbanístico.
Certamente que o destinatário deste caderno é o poder político, leia-se, Junta de Freguesia e Câmara Municipal.

Esta iniciativa tem similitudes com algumas comissões de melhoramentos, comissões essas que ainda são agentes de desenvolvimento nalguns pontos do país.

Caso as suas legítimas pretensões sejam atendidas na sua plenitude, haverá certamente um coro de outras tantas reivindicações, onde certamente a requalificação da Rua José Augusto Mendes dos Santos e da Rua de S. Tiago, só para citar dois exemplos, são duas questões que nos parecem merecer tratamento preferencial, porque só não vê quem não quer.

Mas há que ver toda esta questão por outras vertentes.

Para o poder político, certamente que esta Associação de moradores será sempre um lóbi, cuja pressão que não deixará de ser desconfortável para quem governa, deixando os seus titulares numa espécie de limbo, obrigando que a tomada de decisões seja feita de modo salomónico porque, em nosso entender, há mais vida para além desta urbanização, porque convém não esquecer que existe ainda uma outra urbanização, embora de menores dimensões, e ainda a malha urbana tradicional, a mais antiga.

Não queremos ser alarmistas, não temos dotes de videntes, nwm usamos bolas de cristal, apenas aprendemos a ler e a interpretar as posturas, as conversas, os gestos, os costumes, as atitudes, enfim, a nossa vivência quotidiana em toda a sua transversalidade social.

Temos a percepção de que algum poder decisório de Pereira, o tal lóbi, vai transferir-se a curto prazo para aquela zona de Pereira, porque há avidez de poder. Depois há aqui e acolá sempre "predadores" à espera de "presas" indefesas, doentes, fragilizadas.

Para algumas matrizes políticas, essa assunção de poder, poderá ser a sua tábua de salvação, numa altura em que a sua margem de manobra, o seu poder de persuasão já não é o que era  e porque as suas taxas de crescimento são muito baixas fora dos muros daquele imenso aglomerado de blocos habitacionais.

Há um velho ditado que diz: se a montanha não vem a Maomé, vai Maomé à montanha.
A iniciativa que se realizou naquela urbanização no passado domingo, apesar do seu sucesso, dá razão a esse ditado.
Vergámo-nos!
Mas a preço?

Para nós a idade da inocência já passou!

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